sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Honda Gold Wing F6C 1800cc

Power Cruiser! É assim que a Honda classifica esta segunda derivação da Gold Wing - a primeira foi a F6B. A nova F6C é uma versão mais leve e divertida da Gold Wing (se é que 340kg é leve), uma moto que está em linha desde 1975 e nasceu como uma naked - CB1000 Gold Wing, com motor de 6 cilindros em linha -, no estilão da famosa CB750 (four), a primeira sete-galo. A Gold Wing foi crescendo, em 1987 ela ganhou o motor boxer de 6 cilindros de 1500cc, no ano 2000 ela ganhou o motor de 1800cc que está até hoje. De uma naked ela se transformou numa magnífica cruiser que determinou, e ainda determina, os referenciais da categoria. São quase 40 anos, é uma data na qual a Honda certamente fará algo para comemorar tamanha longevidade. 

As novas motos da Honda estão seguindo duas tendências de desenho. Uma é a da nova família CB500, a outra da família NC700/750, que, em determinado ponto, se fundem. Mais precisamente nos modelos crossover ou modelos "X". E a F6C se encaixa um pouco nas duas vertentes, tendendo mais para as NC. Ela é basicamente a Gold Wing despojada de seus atributos de viagens e turismo. Isso emagreceu a F6C em 70kg, o que lhe dá um fôlego maior. É mais uma moto a ratificar a redefinição de toda a linha da Honda para um padrão mais unificado e característico de design e estilo, desde as pequenas 125cc até estas maiúsculas motos de 1800cc. A F6C é na verdade uma reconstrução de estilo da Valkyrie, que é a sua verdadeira predecessora.
Algumas soluções técnicas são interessantes, como os radiadores posicionados lateralmente. O câmbio é um 4+1, ou seja, são 4 marchas de força e uma overdrive para manter a velocidade de cruzeiro com a rotação do motor mais baixa, totalizando as 5 marchas. A Honda relata que "gastou" mais de 10 protótipos de escape até chegar no som harmônico e equilibrado que eles queriam, mesmo às custas de silenciadores diferentes em cada lado.


Finalmente ela chegou aos seguintes dados técnicos:
Motor boxer de 6 cilindros 1.832cc, 2 válvulas por cilindro com comando simples, refrigeração líquida, 116cv @ 5.500rpm e 15,7 kgfm @ 4.000rpm de potência e torque respectivamente, sistema de lubrificação por bomba com 4,7 litros de óleo no circuito, e injeção eletrônica Honda PGM-FI. O câmbio é de 5 velocidades com discos de embreagem em banho de óleo e transmissão final por cardã.
Tanque de combustível para 23,2 litros. Sistema elétrico com bateria de 12 volts. Quadro de alumínio com vigas de seção tripla. A distância entre-eixos é de 1.707mm, o ângulo de cáster é de 29º50' e o trail tem 114mm. A altura do assento é 734 mm, enquanto que a distância mínima para o solo é de 147mm. A moto pesa 341kg em ordem de marcha (abastecida) e precisa de 3,7m pra fazer a volta. 
A suspensão na frente é com garfos telescópicos de 45mm e na traseira é Pro-Link e Pro-Arm (monobraço monoamortecido) ajustável na pré-carga da mola. As rodas de 10 raios são de liga de alumínio, a dianteira tem diâmetro e bitola de 19x3,5 polegadas e é montada com pneu 130/60R19M/C (63H); já a traseira tem 17x5,5 polegadas e monta pneu 180/55R17M/C (73H). Os freios contam com ABS combinado, usando, na frente, dois discos com diâmetro de 310mm e 4,5mm de espessura, e pinças de 4 pistões com pastilhas sinterizadas; lá atrás vai um disco de 316mm de diâmetro e espessura de 11mm, com pinças de três pistões. 
Esse "discão" de freio traseiro é maior que o dianteiro em diâmetro e tem quase três vezes a sua espessura. Usa um cáliper (pinça de freio) nada modesto, com três êmbolos (pistões), que não são comuns em freios traseiros. Afinal tem que sustentar os 340kg só da moto, que somados a duas pessoas com 80kg, mais acessórios e bagagens, o peso total passará fácil dos 500kg. Isso não é tarefa para um "freiozinho" qualquer sobre, somente, duas rodas. Tem que ser uma coisa "ignorante" mesmo.

Por Waldyr Costa
Imagens de divulgação da Honda.
Fonte: Jornal do Motociclista

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