segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O risco de estar vivo...

Esta é mais uma tentativa de fazer um texto "definitivo" sobre a polêmica questão do uso de equipamentos de segurança no motociclismo. Também, não é uma verdade absoluta, logo é quase um ensaio (filosófico?) sobre o risco de pilotar uma moto.
Vou colocar algumas declarações (fatos?) sobre o assunto e depois disso vou amarrar as ideias e propor uma reflexão.

Declaração primeira: risco não se extingue. Se mitiga, diminuindo a probabilidade dele se realizar. Para se extinguir um risco é necessário acabar com o evento no qual ele está associado. Por exemplo vender a moto, o nem mesmo compra-la.
Assim como para garantir que você não vai morrer, a única forma eficaz mesmo é nem nascer. Se nasceu, vai ter que ficar mitigando risco a vida toda até um dia que um deles se realiza e pá! Batemos as botas.
Por que usar o capacete? Para diminuir o risco de morrer. Se usássemos armaduras medievais o risco diminuiria mais ainda.
Declaração segunda: Há locais onde pode-se por lei pilotar uma moto sem nem mesmo capacete. Estou em Chicago – Illinois e neste estado isso é permitido. Logo a gerência de risco é circunstancial e está atrelada à cultura, costumes e um contexto mais amplo.
Declaração terceira: Claro que existe uma indústria de acessórios, equipamentos de segurança que ganha muito dinheiro com isso, e paga impostos para o governo em uma relação simbiótica.
Estamos a um passo de ter uma lei que diz que o vivente deve usar um colete que infla quando ele cai da moto. O que vai ter de piloto “estufando” essa geringonça quando for descer da motocicleta. Imagina se uma destas vestes se abrindo por engano em plena estrada. O cara vai parecer uma pipoca estourada e desgovernada. Ai, ai, ai.
Declaração Quarta: O motociclismo é uma atividade essencialmente arriscada se comparada com vários outros meios de transporte. Não dá para querer ter a mesma segurança e risco de um motorista de veículos de quatro rodas. Isso seria, e algumas pessoas parecem entrar nessa, um delírio fantasioso e utópico.
Amarrando as ideias: Quando tentamos mitigar demais o risco de uma atividade essencialmente arriscada (motociclismo), acabamos por comprometer o próprio caráter desta atividade. Liberdade, sentir o vento, olhar do lado de fora do carro, não através de uma janela, e por aí vai.
Hoje o estado está muito preocupado em criar leis que conferem uma falsa sensação de segurança aos motociclistas, ao invés de investir em educação, boas vias e infra-estrutura de segurança. Leitor, você percebe a inversão de valores?
Nós investimos em equipamentos para tapar esta falha do governo, geramos maior arrecadação (via impostos), quando ELE deveria investir para garantir uma real segurança, reduzindo os riscos e diminuindo a necessidade de uma armadura medieval (assim como em vários países).
Mas não, o Estado passa para você, contribuinte, o papel de pseudo-garantir a sua segurança.
Não fiz toda a lição de casa, deixo aqui a pergunta para pensar enquanto piloto: Qual é o limite entre o risco e o prazer? Você é o exclusivo responsável pela sua segurança ou deveria ser diferente? Por que os pilotos camicazes usavam capacete mesmo?

Escrito por Roberto Severo,
Para BestRiders

Um comentário:

  1. De que valeria viver sem se poder correr ao menos o bom risco de andar de moto ? Vender a moto ou não comprar uma não vai evitar que você morra por acidente de moto, em São Paulo, a alguns anos, um catador de papel foi, acreditem, atropelado por um avião que saiu da pista, o coitado nunca havia cogitado a possibilidade de voar, então se você pode, com dificuldade ou não, ter uma moto, se você gosta e se isto não vai atrapalhar você em seu cotidiano ( vida particular, trabalho, etc), faça o que lhe apetece, seja feliz, realize seu sonho, só você pode fazer isto por você, claro, com a proteção de Deus.

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