Esta é mais uma tentativa de fazer um texto "definitivo" sobre a polêmica questão do uso de equipamentos de segurança no motociclismo. Também, não é uma verdade absoluta, logo é quase um ensaio (filosófico?) sobre o risco de pilotar uma moto.
Vou colocar algumas declarações (fatos?) sobre o assunto e depois disso vou amarrar as ideias e propor uma reflexão.
Declaração primeira: risco não se extingue. Se mitiga, diminuindo a probabilidade dele se realizar. Para se extinguir um risco é necessário acabar com o evento no qual ele está associado. Por exemplo vender a moto, o nem mesmo compra-la.
Assim como para garantir que você não vai morrer, a única forma eficaz mesmo é nem nascer. Se nasceu, vai ter que ficar mitigando risco a vida toda até um dia que um deles se realiza e pá! Batemos as botas.
Por que usar o capacete? Para diminuir o risco de morrer. Se usássemos armaduras medievais o risco diminuiria mais ainda.
Declaração segunda: Há locais onde pode-se por lei pilotar uma moto sem nem mesmo capacete. Estou em Chicago – Illinois e neste estado isso é permitido. Logo a gerência de risco é circunstancial e está atrelada à cultura, costumes e um contexto mais amplo.
Declaração terceira: Claro que existe uma indústria de acessórios, equipamentos de segurança que ganha muito dinheiro com isso, e paga impostos para o governo em uma relação simbiótica.
Estamos a um passo de ter uma lei que diz que o vivente deve usar um colete que infla quando ele cai da moto. O que vai ter de piloto “estufando” essa geringonça quando for descer da motocicleta. Imagina se uma destas vestes se abrindo por engano em plena estrada. O cara vai parecer uma pipoca estourada e desgovernada. Ai, ai, ai.
Declaração Quarta: O motociclismo é uma atividade essencialmente arriscada se comparada com vários outros meios de transporte. Não dá para querer ter a mesma segurança e risco de um motorista de veículos de quatro rodas. Isso seria, e algumas pessoas parecem entrar nessa, um delírio fantasioso e utópico.
Amarrando as ideias: Quando tentamos mitigar demais o risco de uma atividade essencialmente arriscada (motociclismo), acabamos por comprometer o próprio caráter desta atividade. Liberdade, sentir o vento, olhar do lado de fora do carro, não através de uma janela, e por aí vai.
Hoje o estado está muito preocupado em criar leis que conferem uma falsa sensação de segurança aos motociclistas, ao invés de investir em educação, boas vias e infra-estrutura de segurança. Leitor, você percebe a inversão de valores?
Nós investimos em equipamentos para tapar esta falha do governo, geramos maior arrecadação (via impostos), quando ELE deveria investir para garantir uma real segurança, reduzindo os riscos e diminuindo a necessidade de uma armadura medieval (assim como em vários países).
Mas não, o Estado passa para você, contribuinte, o papel de pseudo-garantir a sua segurança.
Não fiz toda a lição de casa, deixo aqui a pergunta para pensar enquanto piloto: Qual é o limite entre o risco e o prazer? Você é o exclusivo responsável pela sua segurança ou deveria ser diferente? Por que os pilotos camicazes usavam capacete mesmo?
Escrito por Roberto Severo,
Para BestRiders
De que valeria viver sem se poder correr ao menos o bom risco de andar de moto ? Vender a moto ou não comprar uma não vai evitar que você morra por acidente de moto, em São Paulo, a alguns anos, um catador de papel foi, acreditem, atropelado por um avião que saiu da pista, o coitado nunca havia cogitado a possibilidade de voar, então se você pode, com dificuldade ou não, ter uma moto, se você gosta e se isto não vai atrapalhar você em seu cotidiano ( vida particular, trabalho, etc), faça o que lhe apetece, seja feliz, realize seu sonho, só você pode fazer isto por você, claro, com a proteção de Deus.
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