Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, inclusive quando pilotamos nossa motocicleta.
É uma elegância desobrigada, um gesto ao ser auxiliado numa ultrapassagem, um cumprimento e um sorriso no pedágio, um leve toque de buzina e cumprimento de mão aos guardas rodoviários também não custa nada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas pessoas que escutam mais do que falam e quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no dia a dia.
Quando nas estradas cruzamos ou ultrapassamos um companheiro motociclista, não custa um aceno de simpatia ou um toque de buzina, mesmo que ele pilote uma 125 cc.
Numa viagem com amigos ou simples conhecidos é possível detectar elegância nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir aos frentistas e garçons.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores, porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é o motociclista que demonstra interesse por assuntos que desconhece, se preocupa com a manutenção da motocicleta do companheiro, com sua bagagem, é quem cumpre o que promete.
É elegante não ser espaçoso demais nem querer ser líder por vontade própria.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro, é muito elegante não falar de dinheiro e de viagens desconhecidas dos demais em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Uma potente moto tinindo de nova, um belo sobrenome, experiência em grandes quilometragens e nariz empinado não substituem a elegância de um gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. Os motociclistas de um modo geral são solidários, leais, amistosos.
Ser elegante é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social e das cilindradas da motocicleta.
Se os companheiros de jornada não merecem certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe: isso tudo não é frescura, é apenas A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO NO MOTOCICLISMO.
Autoria:
Otávio Araújo “Gugu”, 68 anos
motociclista há 52 anos.
Otávio Araújo “Gugu”, 68 anos
motociclista há 52 anos.
Fonte:
www.carpedien.org.br
A algumas matérias passadas nos foi perguntado se somos motociclistas ou se só estávamos de passagem, lendo a atual, posso perceber que ser motociclista de verdade envolve muito mais coisas do que imaginei n'aquela oportunidade, então, fazendo uma analise mais profunda, agora, percebo que ainda tenho muito o que aprender para me considerar um motociclista de verdade.
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