domingo, 18 de agosto de 2013

Festival Woodstock - 44 anos

Há 44 anos, o Festival Woodstock fez nascer um dos melhores e mais geniais elencos de imortais do rock. 15, 16 e 17 de agosto de 1969, três dias de Paz, Amor e Música. Este era o lema, o sonho e a religião de 650 mil pessoas que pisaram no solo roqueiro de Woodstock. Desde então, o rock nunca mais foi o mesmo.
O mundo, e especialmente os Estados Unidos, passavam por tempos conturbados. Guerras, violência, desigualdade social e muita desilusão. A década de 60, a mais desorientada do século, conhecia o seu fim com uma sensação de: “E agora?”.

E foi exatamente neste clima, um tanto sombrio e amedrontador, em que quatro jovens visionários decidiram fazer um Festival de Rock: John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Mike Lang. O mais velho dos quatro tinha apenas 27 anos na época. Roberts, herdeiro de uma fortuna farmacêutica, e seu amigo Joel Rosenman, estavam procurando uma maneira de usar seu dinheiro.
Depois de colocar um anúncio no The New York Times que dizia: "Jovens com capital ilimitado à procura de interessantes oportunidades de investimento legítimas e propostas de negócios", eles conheceram Kornfeld e Lang. A proposta inicial de Kornfeld e Lang era construir um estúdio de gravação e um retiro para músicos de rock em Woodstock, Nova Iorque. Daí surgiu a ideia de  criar um show de rock de dois dias, para 50 mil pessoas, com a esperança de levantar dinheiro suficiente para pagar o estúdio. 

Os quatro jovens começaram então a trabalhar na organização de um grande festival de música. Eles encontraram um local para o evento, em um parque industrial em Wallkillo, Nova York. Eram vendidos ingressos a US $ 7 para um dia, US $ 13 para dois dias, e US $ 18 para três dias, que poderiam ser comprados em lojas selecionadas ou via correio. 
Mas as coisas não saíram como o esperado. A primeira de muitas coisas a  dar errado foi o local. Não importava o quanto os jovens e seus advogados insistissem, os cidadãos de Wallkill não queriam um bando de hippies drogados em sua cidade. Depois de muita disputa, a cidade de Wallkill aprovou uma lei, em 02 de julho de 1969, que proibiu o concerto em sua vizinhança. Todos os envolvidos com o Festival de Woodstock ficaram em pânico. Lojas se recusaram a vender os ingressos e as negociações com os músicos ficou instável. Há apenas um mês e meio do Festival  um novo local teve que ser encontrado. Felizmente, em meados de julho, Max Yasgur ofereceu sua fazenda de 600 hectares em Bethel, Nova York, para a realização do Festival. 
À medida que a data se aproximava, mais problemas surgiam. A estimativa de 50.000 pessoas passou para mais de 200 mil. Na quarta-feira, 13 agosto (dois dias antes do Festival começar), já havia cerca de 50 mil pessoas acampadas perto do palco, que atravessaram as lacunas na cerca destinadas aos portões, que ainda não tinham sido instalados.
Não havia como receber esses ingressos, tampouco como convencer as pessoas a deixar a área. Também não houve tempo para erguer os portões. Então, os organizadores foram obrigados a tornar o evento um concerto livre.
Esta declaração, de um concerto gratuito, teve dois efeitos terríveis. Primeiro, os organizadores iriam perder o dinheiro investido no evento. Segundo, é que a medida que a notícia se espalhava, milhares de pessoas tomaram o rumo da cidade Bethel. Estima-se que cerca de 650.000 pessoas chegaram ao Festival de Woodstock.Ninguém tinha planejado receber mais de meio milhão de pessoas. As rodovias da região tornaram-se literalmente estacionamentos, pois os carros foram abandonados no meio da rua. 
Apesar de todos os problemas o Festival de Woodstock começou quase na hora. Na sexta-feira à noite, 15 de agosto, com três horas de atraso, teve início ao som do violão de Ritchie Havens. Ele estava originalmente programado para ser a quinta atração a subir no palco.
Mas até os músicos tiveram dificuldade de transpor o congestionamento de carros que levava até a pequena cidade de Bethel. Como Havens era um dos únicos artistas presentes, foi atirado ao palco para acalmar o público impaciente. “Eu só queria sobreviver!”, lembra Havens. Além de reunir ícones como Jimi Hendrix, The Who, Janes Joplin, entre outras dezenas de estrelas, o festival também revelou talentos. Santana, o jovem mexicano que tocava em pequenos clubes de San Francisco, apresentou-se diante de um oceano de pessoas. O novato se apoderou do palco como um leão, sendo uma das performances mais memoráveis do evento. Santana entrou como um desconhecido e deixou Woodstock com o status de lenda.
Nem todos tiveram a mesma sorte. Uma das bandas mais emblemáticas da cena hippie, o Grateful Dead, tocou apenas quatro músicas. O palco estava dando choque e do amplificador do baixista Phil Lash saía a transmissão de rádio do helicóptero que sobrevoava o evento. A desorganização foi tanta que Jimi Hendrix tocou depois do último dia do festival. Sim, o evento, que durou oficialmente de sexta a domingo, teve ainda na segunda-feira de manhã o show do guitar hero Jimi Hendrix. Restavam ainda 35 mil pessoas naquele momento, que viram provavelmente o melhor - Hendrix - e o ouviram tocar “The Star-Splanged Banner”. Ele transformou o hino americano em um protesto sem palavras contra a Guerra do Vietnã. Com sua guitarra, Hendrix intercalou a reverenciada melodia do hino com o som de bombas caindo. O músico lembrou a todos que o significado de Woodstock transcendia a música.
Depois do Festival de Woodstock os organizadores não tinham noção de que haviam criado o maior evento de música da história, pois tiveram que lidar com a sua dívida incrível (mais de US $ 1 milhão) e as 70 ações que haviam sido apresentadas contra eles. E foi exatamente assim. Das 650 mil pessoas que estiveram em Woodstock menos de 200 mil compraram ingressos. O restante derrubou as cercas e a cotoveladas conseguiram participar do festival. Para seu grande alívio, o filme do Festival de Woodstock  foi um grande sucesso e  os lucros do filme cobriram parte da dívida que o Festival havia deixado.
O evento tornou-se um verdadeiro ícone da contracultura. A força jovem e a liberdade assustaram os mais velhos e conservadores. As dimensões de Woodstock foram além das milhares pessoas reunidas no festival, tanto que as discussões sobre sua importância persistem, mesmo 4 décadas depois. E até hoje o evento divide opiniões. Muitos dizem que Woodstock foi o fim de toda a ingenuidade e utopia que cercavam os anos 60. Outros, que foi o apogeu de todas as mudanças e desenvolvimento na sociedade. Mas todos concordam que o festival foi um marco importante não só para a história da música, do Rock and Roll, mas um marco cultural e uma realização para a história do homem.

Artistas:


Sexta-feira 15/08: 
Richie Havens, Swami Satchidananda, Sweetwater, The Incredible String Band, Bert Sommer, Tim Hardin, Ravi Shankar, Melanie, Arlo Guthrie e Joan Baez.

Sábado 16/08: 
Quill, Keef Hartley Band, Country Joe McDonald, John Sebastian, Santana, Canned Heat, Mountain, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin com a The Kozmic Blues Band, Sly & the Family Stone, The Who e Jefferson Airplane.

Domingo 17/08: 
The Grease Band, Joe Cocker, Country Joe and the Fish, Ten Years After, The Band, “Blood, Sweat & Tears”, Johnny Winter, “Crosby, Stills, Nash & Young”, Paul Butterfield Blues Band, Sha-Na-Na e Jimi Hendrix.


Fonte: 
http://history1900s.about.com/od/1960s/p/woodstock.htm
http://www.woodstock.com/index.php



Em homenagem à Carla Maria S. Mendes

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